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Autonomia Digital Além da Manipulação: O Papel Fundamental da Família na Educação Tecnológica dos Filhos

(Autora: Daniela Santos, educadora parental, especialista competências socio-emocionais) especialista competências socio-emocionais


No mundo contemporâneo, a tecnologia está presente na vida das crianças de forma constante.


Embora pareçam ter nascido com uma habilidade natural para manipular dispositivos digitais, é crucial entender que essa habilidade não representa a conquista da autonomia digital.


Este artigo explora a essência dessa autonomia e o papel crucial da família na educação tecnológica dos filhos.



Educação Tecnológica dos Filhos

É comum ouvirmos: "Parece que meu filho já nasceu sabendo usar as tecnologias!" Crianças e adolescentes frequentemente nos surpreendem com suas habilidades digitais. No entanto, manipular tablets e celulares não significa autonomia digital.


Vamos explorar a necessidade de uma abordagem mais profunda das famílias na educação tecnológica dos filhos.

 

No Brasil, estamos vendo uma revolução digital que transformou a infância e a adolescência. Com 94% das crianças conectadas à internet, o país é o terceiro no ranking global de crianças viciadas em tecnologia. Essa estatística alarmante destaca a necessidade urgente de explorarmos o verdadeiro significado da autonomia digital.

 

A facilidade com que as crianças usam tecnologias pode criar a ilusão de que são usuários conscientes. Porém, pesquisas mostram que muitos jovens enfrentam dificuldades em pesquisas eficientes e na avaliação de fontes online.


Isso os expõe aos perigos das redes sem proteção adequada, e muitos pais desconhecem o que seus filhos acessam nos dispositivos móveis, acreditando que estar em casa é suficiente para protegê-los.

 

Educação Tecnológica dos Filhos para Além da Manipulação: Orientação e Construção de Valores


Os pais e educadores devem orientar os filhos sobre como usar a tecnologia de maneira consciente. Isso inclui ensiná-los a pesquisar eficazmente, desenvolver filtros baseados em valores familiares e promover o uso responsável da internet.


Devemos incentivar as crianças a pensar criticamente sobre o conteúdo que consomem, proporcionando não apenas habilidades técnicas, mas também valores sólidos.

 

É imperativo que os pais estejam atentos aos perigos do espaço digital. Assim como nos preocupamos com os ambientes físicos frequentados por nossos filhos, devemos estar conscientes do que eles acessam online. Demonstrar interesse, conversar e orientar são práticas fundamentais.

 

Limitar o tempo de tela é crucial para proteger o bem-estar físico, mental e emocional das crianças. O uso sem limites pode causar problemas, como veremos a seguir.

 

Efeitos Negativos do Uso Excessivo de Telas

 

1.       Alterações no Sono:

O uso de dispositivos antes de dormir está associado a distúrbios do sono. A luz azul das telas interfere na produção de melatonina, afetando a qualidade do sono .

 

2.       Alterações no Apetite:

Usar dispositivos durante as refeições pode levar a uma desconexão com os sinais de fome e saciedade, contribuindo para problemas alimentares e de peso.

 

3.       Problemas de Aprendizado e Comportamento:

O uso excessivo de tecnologia pode prejudicar o desempenho acadêmico. Crianças que passam longas horas em frente às telas têm dificuldades de concentração.

 

4.       Sedentarismo e Obesidade:

O tempo excessivo em dispositivos eletrônicos substitui atividades físicas, aumentando o risco de obesidade infantil.

 

5.       Agressividade e Ansiedade:

A exposição a conteúdos violentos e perturbadores online pode aumentar a agressividade e a ansiedade em crianças.

 

 

Estratégias para Construir um Ambiente Digital Saudável

 

1.       Estabeleça Limites Claros:

Defina limites de tempo para o uso de dispositivos, criando uma rotina equilibrada. Isso promove uma relação saudável com a tecnologia.

  

2.       Use Controles Parentais:

Utilize ferramentas de controle parental para restringir o acesso a conteúdos inadequados e monitorar as atividades online dos filhos.

 

3.       Promova Diálogo Aberto:

Converse regularmente com seus filhos sobre suas experiências online. Estimule-os a compartilhar suas atividades digitais e preocupações.

 

4.       Educar sobre Segurança Online:

Ensine seus filhos sobre a importância da segurança online, incluindo a criação de senhas fortes e a não compartilharem informações pessoais.

 

5.       Compartilhe Experiências Positivas:

Participe das atividades online de seus filhos para demonstrar interesse e entender melhor o ambiente digital deles.

 

6.       Introduza Valores Éticos:

Promova o desenvolvimento de valores éticos no ambiente digital, discutindo respeito, empatia e responsabilidade online.

 

7.       Acompanhe o Conteúdo Consumido:

Esteja ciente do tipo de conteúdo que seus filhos consomem online e converse sobre isso, ajudando-os a desenvolver uma consciência crítica.

 

8.       Ofereça Alternativas Offline:

Incentive atividades offline, como leitura, esportes e brincadeiras ao ar livre, para equilibrar o tempo de tela.

 

Conclusão:

Dominar dispositivos não é sinônimo de autonomia digital. Educar nossos filhos para o uso responsável da tecnologia vai além da manipulação de tablets e celulares. Monitoramento constante, diálogo aberto e construção de filtros éticos são essenciais. Esteja presente, envolvido e seja parte ativa na formação da autonomia digital dos seus filhos.

 

Com 88% das crianças brasileiras usando redes sociais, 58% com perfil no TikTok e 78% no YouTube, a interação online é parte integrante da vida cotidiana. Além disso, 66% jogam online com outras pessoas, destacando a importância da orientação parental.

Os números mostram a necessidade de equilíbrio entre acesso à tecnologia e promoção de valores éticos e críticos. A autonomia digital é uma jornada colaborativa, onde a família desempenha um papel essencial e fundamental.


Recomendações para os pais e mães

  • Limitar o Tempo de Tela: Estabelecer limites claros para o uso de dispositivos eletrônicos, especialmente para crianças pequenas.

  • Conteúdo de Qualidade: Focar em conteúdos educativos e apropriados para a idade.

  • Equilíbrio de Atividades: Incentivar um equilíbrio entre atividades online e offline, incluindo tempo para brincadeiras ao ar livre, leitura e interações sociais.

  • Modelo de Comportamento: Pais e cuidadores devem servir como modelos, limitando seu próprio tempo de tela e interagindo com as crianças de maneira positiva.


Essas medidas podem ajudar a mitigar os efeitos negativos do uso excessivo de telas no aprendizado e comportamento das crianças.

 



 

Fontes:

1. American Academy of Pediatrics (AAP): Problemas de atenção e dificuldades escolares ligados ao uso de mídia digital.

2. Estudo da Universidade de Alberta: Crianças com mais de duas horas de tela por dia têm mais problemas de comportamento.

3. Pesquisa no JAMA Pediatrics: Mais tempo em dispositivos resulta em pior desempenho em testes de linguagem.

4. Estudos na "Journal of Clinical Sleep Medicine": Efeitos da luz azul e uso de telas no sono.

5. Revisão na "Sleep Medicine Reviews": Impacto do uso de dispositivos eletrônicos na qualidade do sono.

6. Artigo da "Pediatrics": Uso de mídia e impacto no desenvolvimento infantil.

7. Revisão da "Psychological Science": Impacto do uso excessivo de telas nas habilidades sociais.8. Pesquisa TIC Kids Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br)9. BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)

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